Tarcísio, Nunes e governo federal protagonizam embate em reunião da Enel
17/12/2025
(Foto: Reprodução) Governo decide pedir encerramento de contrato com a Enel
A reunião realizada na quarta-feira (16), na sede do governo paulista, para discutir a crise da Enel foi marcada por um embate direto entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), em um clima descrito por participantes ao blog como tenso desde o início.
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Antes mesmo de a reunião avançar, vazou a informação de que o ministro teria atribuído parte da responsabilidade pelos apagões à falta de poda de árvores na cidade. Ricardo Nunes tomou conhecimento do comentário ainda durante o encontro e cobrou explicações diretamente de Alexandre Silveira, o que elevou o tom da conversa.
Segundo relatos feitos ao blog, o prefeito e o governador fizeram questão de lembrar que o contrato da Enel é federal, citando dispositivos que preveem a possibilidade de intervenção e, em última instância, de encerramento da concessão.
A crise da Enel deixou de ser apenas um problema técnico e passou a ser um problema eleitoral, daí a queda de braço entre governo federal e os adversários em São Paulo. Nesse contexto, e já sob a influência do calendário de 2026, enquanto milhões de pessoas seguem sem energia, governo municipal e governo estadual saíram fortalecidos do embate com o governo federal, ao conseguirem avançar na discussão sobre a caducidade da concessão.
A partir daí, a reunião se transformou em um jogo de empurra de responsabilidades. O ministro Alexandre Silveira rebateu críticas e demonstrou incômodo com o fato de o prefeito ter levado a questão diretamente ao presidente Lula, pedindo uma atuação mais dura do governo federal. Do outro lado, governador e prefeito insistiram que a situação da Enel havia se tornado insustentável.
Em um dos momentos mais duros da conversa, ao se discutir se ainda haveria alternativas para a permanência da concessionária, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que “em defunto não adianta fazer respiração boca a boca, tem que enterrar mesmo”, em referência à situação da Enel em São Paulo.
Encerrado o encontro, o desafio agora passa a ser jurídico. Especialistas apontam que um eventual processo de caducidade do contrato é complexo, especialmente porque a concessão atual vence em 2028.
Enel
Reprodução/TV Globo