Rio Tietê: pontos com qualidade de água boa diminuem de três para um na região de Sorocaba, aponta estudo
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Imagens mostram espuma branca no Rio Tietê
D-Vision Imagens Aéreas/Reprodução
O número de pontos do Rio Tietê em que a água era classificada como de "boa qualidade" caiu de três para um na região de Sorocaba (SP). Os dados estão no estudo feito pela Fundação SOS Mata Atlântica, por meio do projeto Observando os Rios.
O único ponto com água considerada de boa qualidade foi no Rio Piraí, em Salto (SP). Conforme o relatório, a maioria das categorias avaliadas se mantiveram entre regular, com 61,8%, ruim, com 27,3% ou péssima com 9,1%. A análise anual é realizada sempre na mesma época, em razão do Dia do Rio Tietê, celebrado na próxima segunda-feira (22).
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Mais uma vez, não houve pontos classificados como "ótimos", porém, este resultado já era esperado pelos especialistas, pois qualquer alteração na água, até mesmo um incidente climático, pode afetar a qualidade das amostras.
Conforme apurado pela TV TEM, o estudo contou com a participação de 46 grupos de voluntários em 24 municípios, com apoio de universidades e da equipe técnica da Fundação.
No total, foram analisados 55 pontos em 41 rios da bacia do Tietê, com base no Índice de Qualidade da Água (IQA), que é um indicador que considera parâmetros físicos, químicos e biológicos como oxigênio dissolvido, coliformes fecais, turbidez, fosfato, nitrato, além de pH, e classifica a água entre ótima e péssima.
Resultados do IQA de 2024 e 2025 que analisoou a água do Rio Tietê
Fundação SOS Mata Atlântica/Reprodução
Mancha de poluição diminuiu
Ainda segundo o relatório, foi possível identificar que a mancha de poluição diminuiu no Rio Tietê. O termo se refere a extensão de água imprópria para usos múltiplos.
Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, a mancha diminuiu de 207 quilômetros, em 2024, para 174 quilômetros em 2025, o que equivale a uma redução de 15,9%.
Apesar da redução, o dado está acompanhado da menor extensão de água boa da série de estudos. A situação começou a piorar ainda em 2022, portanto, a piora de 2024 não foi um caso isolado.
Segundo a pesquisa, é possível estabelecer que, apesar de ter oscilações anuais, a qualidade do Tietê permanece vulnerável e não há sinais consistentes de uma recuperação duradoura.
A água de boa qualidade se restringiu a apenas 34 quilômetros entre os municípios de Salesópolis e Biritiba-Mirim, o que representa uma redução de mais de 70% em relação aos 119 quilômetros registrados em 2024. Já o trecho com água em condição regular avançou para 368 quilômetros, frente a 250 quilômetros no ano passado.
Espuma tóxica no rio
O trecho do Rio Tietê que passa por Salto registrou diversos locais com espuma tóxica em 2025.
Segundo especialistas, Salto recebe maior parte das 600 toneladas de poluição despejadas na água todos os dias por 34 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Por causa disso, o problema da espuma se intensifica na cidade.
O problema é recorrente em trechos com quedas e corredeiras de água, que acabam concentrando ainda mais as espumas no rio. Além disso, o tempo seco colabora para que as espumas demorem ainda mais tempo para sumirem.
Mais uma vez, trecho do Rio Tietê que passa por Salto (SP) fica coberto por espuma tóxica
Gilberto Esquerdo/Arquivo Pessoal
Bacia do Rio Tietê
O Rio Tietê atravessa o estado de São Paulo de leste a oeste, passando por área urbanas, industriais, de geração de energia hidrelétrica e de produção agropecuária. Ele é dividido em seis unidades de gerenciamento de recursos hídricos (UGRHs), as bacias hidrográficas.
Com mais de mil quilômetros da nascente à foz, o Tietê abrange 265 municípios, com total de mais de 9 milhões de hectares, sendo 79% inseridos no bioma Mata Atlântica.
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