'Não vai ter mais Natal na minha vida', diz mãe de GCM assassinado em Arujá
26/12/2025
(Foto: Reprodução) Pais lamentam morte de GCM assassinado em Arujá
“Não vai ter mais Natal na minha vida”. O desabafo é de Shirlei Milani de Lima, mãe do guarda civil municipal (GCM) de Mogi das Cruzes, Nelson Caetano de Lima Neto, de 37 anos, assassinado na noite de quarta-feira (24), em Arujá.
Ao lado do marido e pai da vítima, o aposentado Nelson Caetano de Lima, ela falou sobre o caso e pediu por justiça.
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O pai do GCM revelou que o relacionamento do filho com a atual namorada, ex-mulher do principal suspeito, o preocupava. O suspeito é o secretário adjunto de Segurança de Arujá, Uelton de Souza Almeida, de 40 anos, que foi exonerado do cargo e está foragido.
“Eu cheguei nele e falei ‘Nelson, toma cuidado com essas coisas, porque ele tem filho ali e tudo’. Ele falou ‘não, pai, eu já conversei com ele [Uelton], ele está de acordo’”, contou o aposentado.
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GCM foi assassinado em Arujá
Reprodução/Redes sociais
O dia do crime
Segundo o pai da vítima, na noite do crime, a namorada de Nelson o convidou para um churrasco na casa onde ela morava com o ex-marido. Em mensagens trocadas por celular, o GCM avisou que estava a caminho e levando carne para o evento.
A namorada, então, teria pedido para ele esperar um pouco, pois Uelton ainda estava no local. Pouco depois, ela teria dito que ele já poderia ir, pois o ex-marido havia saído.
Contudo, quando Nelson chegou, o suspeito ainda estava na casa e, segundo a família, atirou 12 vezes contra ele. "O cara estava lá e deu 12 tiros nele", relatou o pai.
Secretário adjunto de Segurança de Arujá é investigado por homicídio
Reprodução/Rede Social
Versão da polícia
De acordo com o boletim de ocorrência, a Guarda Civil Municipal de Arujá foi acionada pelo próprio Uelton, que alegou que sua casa havia sido invadida e pediu a presença de uma equipe.
Ao chegarem ao endereço, no bairro Jardim Arujá, os guardas encontraram a ex-esposa do suspeito abalada. Ela relatou que, na verdade, Nelson havia sido atingido por disparos feitos por Uelton.
Embora separados há cinco anos, Uelton e a ex-mulher moravam no mesmo imóvel, mas em andares diferentes: ela na parte de baixo e ele na parte superior. O homicídio aconteceu na cozinha da residência ocupada pela mulher.
O caso foi registrado como homicídio na Delegacia de Arujá.
Suspeito foragido
Em nota, a Secretaria de Segurança de Arujá informou que Uelton de Souza Almeida foi exonerado do cargo de secretário adjunto e suspenso de suas funções como GCM (seu cargo de origem). A pasta afirmou que irá colaborar com as investigações. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.
Filiado ao União Brasil, Uelton foi eleito vereador em Arujá, sendo o segundo parlamentar mais votado na história da cidade. Ele está licenciado do mandato desde fevereiro de 2025 para atuar na Secretaria de Segurança.
A Câmara Municipal de Arujá informou que o caso será encaminhado para apreciação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A Casa disse ainda que acompanha os desdobramentos judiciais e "reafirma o compromisso com a legalidade".
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