Família revela carta escrita por estudante trans desaparecida e assassinada há seis meses no interior de SP: 'O que se foi, se foi'

  • 12/12/2025
(Foto: Reprodução)
Caso Carmen: veja a cronologia do desaparecimento às buscas pelo corpo da jovem Seis meses após o desaparecimento e assassinato da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira (SP), a família revelou uma carta escrita pela jovem. Na mensagem, escrita de próprio punho, ela reflete sobre a morte. (Leia abaixo) Carmen, de 26 anos, foi morta em 12 de junho, Dia dos Namorados, após fazer uma prova do curso de zootecnia e sair da instituição de ensino em uma bicicleta motorizada. 📲 Participe do canal do g1 Rio Preto e Araçatuba no WhatsApp Carmen de Oliveira Alves (à esquerda), o namorado Marcos Yuri Amorim (ao centro) e o policial militar Roberto Carlos de Oliveira (à direita) Reprodução/Facebook O namorado dela, Marcos Yuri Amorim, e o amante dele, o policial ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira, foram presos em 10 de julho e denunciados por feminicídio, ocultação de cadáver, supressão de documento e fraude processual. A investigação policial concluiu que havia um triângulo amoroso entre Carmen, Yuri e Roberto. Outras duas pessoas, sendo um amigo de infância de Yuri, Wellington Fernando Ramires Adorno, e a ex-namorada dele, Estephane Pereira Guimarães, também foram indiciadas pela polícia. Em outubro deste ano, o Ministério Público (MP) pediu a prisão de Paulo Henrique Messa, vizinho de Marcos Yuri Amorim, acusado de ajudar ele e Roberto a ocultar o cadáver da estudante. Até a última atualização desta reportagem, Paulo Henrique era considerado foragido. 'Presságio' Carta escrita por Carmen em Ilha Solteira (SP) Douglas Cossi/Ilhadenticias A carta enviada ao g1 foi escrita por Carmen em 2016. A jovem começa o texto mencionando a morte. "A morte, há morte, à morte. Quando vier me levar, montada nas asas de uma mariposa, faça questão de levar com você minha armadura (mole, frágil). Seja sábia a ponto de não deixar vestígios", mencionou a estudante. No escrito, Carmen ainda relata o amor à família, aos amigos e faz referência à morte como "embarcar na jangada que leva para o outro lado". Antes de finalizar, ela pontua: "O que se foi, se foi". À reportagem, o arte educador Lucas de Oliveira Alves, de 28 anos, irmão de Carmen, comentou que a jovem era muito intuitiva e tinha habilidades com a escrita. "É incrível como ela conseguia se expressar muito bem com as palavras, mesmo tão nova. Recentemente, usamos esse texto na exposição que montamos dela. Esse que chamamos de presságio", comenta o irmão. Carta escrita por Carmen em Ilha Solteira (SP) Douglas Cossi/Ilhadenticias Dor e saudade Lucas relatou que, após o sumiço de Carmen, a família não tem mais esperanças de encontrá-la com vida. Ele diz que os pais estão tentando conviver com a ausência da filha. "Acredito que agora meus pais estão com 'as feridas estancadas'. A marca sempre vai estar ali, porém a dor vai aliviando aos poucos. A sensação que fica é de ainda ter uma longa batalha pela frente. Agora, estamos munidos de força e união para lutar por justiça. Digo isso em nome de todos os amigos e da família, que estão juntos nessa batalha", comenta. O arte educador ainda revelou que Carmen era muito discreta em relação ao seu namoro com Yuri. Apesar de nunca ter comentado sofrer situações abusivas aos familiares, alguns amigos dizem que este era um "assunto sensível" para a universitária. Carmen de Oliveira, estudante transexual, desapareceu após sair da faculdade em Ilha Solteira (SP) Reprodução/Facebook Neste mês, os parentes se preparam para uma situação difícil: passar Natal e réveillon sem a presença física de Carmen. Apesar de a família estar unida, Lucas diz que os dias não serão repletos de alegria como antes. "Temos uma família muito grande e unida. Isso, de certa forma, pode fortalecer nosso encontro de fim de ano para que juntos possamos desejar um ano melhor e que tudo seja resolvido dentro da lei", finaliza. Relembre o caso Assassinato de estudante trans da Unesp: veja a cronologia do desaparecimento às buscas pelo corpo da jovem Beatriz Santos/Arte g1/TV TEM Veja mais notícias da região no g1 Rio Preto e Araçatuba VÍDEOS: confira as reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2025/12/12/familia-revela-carta-escrita-por-estudante-trans-desaparecida-e-assassinada-ha-seis-meses-no-interior-de-sp-o-que-se-foi-se-foi.ghtml


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