De volta após conhecer 3 continentes em um ano, casal escolhe Brasil como 'melhor lugar do mundo'
26/11/2025
(Foto: Reprodução) Após conhecer 3 continentes, casal volta para casa e elege Brasil como 'melhor lugar'
Depois de 11 meses de viagem, com 19 países na "bagagem", o casal que pediu demissão dos empregos e realizou o sonho de conhecer três continentes com o filho, de dois anos, voltou a São José do Rio Preto, interior de São Paulo, na segunda-feira (24), com a certeza de que o Brasil ainda é o melhor lugar do mundo.
Mayulli Bernardes e Gustavo Raguzzani, ambos de 36 anos, além do pequeno Caetano, traçaram uma rota que inclui África, Oriente Médio, Ásia e Europa nos destinos escolhidos para conhecer.
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Mayulli Bernardes, o marido Gustavo Raguzzani e o filho Caetano, de Rio Preto (SP), antes de embarcarem (à esquerda) e depois, no retorno (à direita)
Mayulli Bernardes/Arquivo pessoal
Eles saíram de Rio Preto em janeiro e, entre os locais visitados, estão: Marrocos, Catar, Vietnã, Filipinas, Indonésia, Japão, Alemanha, Itália, China e Turquia.
Apesar de conhecer tantas outras culturas e costumes, ainda uma se destaca: o Brasil. Ao g1, Mayulli contou que rodar o planeta mudou a forma como a família enxerga o próprio país e reforçou o sentimento de pertencimento.
"Aprendemos que todo lugar tem coisas boas e ruins, nenhum é perfeito. Mas o melhor lugar do mundo é o Brasil. Temos nossos defeitos, mas somos o povo mais divertido, sem falar das belezas naturais, música, culinária. Não teve sequer uma pessoa que não sorriu ao ouvir a gente dizer: 'We are from Brazil’' (nós somos do Brasil, na tradução livre). Dá muito orgulho dizer isso, sai do fundo do peito", reflete Mayulli.
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Na comparação com outros locais, eles reconhecem que o Brasil tem problemas relacionados à saúde e segurança, mas afirmam que nenhum lugar no mundo despertou neles o mesmo afeto: a combinação de belezas naturais, cultura, comida, como o churrasquinho de domingo, o "calor humano" segue, para eles, imbatível.
Um ano depois, eles garantem que a forma de ver trabalho, dinheiro e tempo também mudou completamente. De volta ao Brasil, não pretendem retornar ao modelo CLT. Antes de embarcar na aventura, Mayulli trabalhava como analista de recursos humanos e o marido como operador industrial em uma fábrica de chocolate.
Agora, o casal volta focado em projetos próprios: ela em uma iniciativa empreendedora na área de recursos humanos, ele em consultoria de negócios e eficiência. Caetano, por sua vez, volta à escolinha.
"Nada mais é igual depois de um ano sabático, não tem como 'desver' ou 'dessentir'. Somos novas pessoas, mais confiantes e empáticas, compreensivas e positivas e, com certeza, mais leves", comenta Mayulli.
Mayulli Bernardes, o marido Gustavo Raguzzani e o filho Caetano, de Rio Preto (SP), conheceram o mundo em um ano
Mayulli Bernardes/Arquivo pessoal
✈️🗺️ Trio pelo mundo
Entre todos os locais visitados, a China foi a que mais surpreendeu o casal. Mayulli e Gustavo contaram que saíram do Brasil com uma imagem pronta do país: um lugar caótico, barulhento e desorganizado. A experiência ao vivo, porém, foi completamente diferente.
"Tanto as belezas naturais quanto as construídas pelo homem são de tirar o fôlego, você vê com os próprios olhos e continua não acreditando", brinca Mayulli.
Ao longo dos dias, se depararam com cidades limpas, modernas e bem estruturadas, paisagens naturais impressionantes e construções históricas de tirar o fôlego. A visita à Muralha da China ficou marcada como um dos pontos altos da viagem.
No carrinho, no colo, no trem, no avião, no camelo ou em tuk-tuk. Não importa o meio de transporte, Caetano pôde participar da aventura. Apesar da mudança de cidade, idioma e temperatura, os pais disseram que a adaptação foi tranquila.
A chave, segundo o casal, foi manter a rotina básica: horários de sono e alimentação seguiam praticamente os mesmos desde que saíram de Rio Preto.
Mayulli Bernardes, o marido Gustavo Raguzzani e o filho Caetano, de Rio Preto (SP), conheceram o mundo em um ano
Mayulli Bernardes/Arquivo pessoal
🧭 Perrengues fora do roteiro
Apesar das paisagens dignas de cartão-postal, o ano viajando também foi marcado por momentos difíceis. O casal afirmou que sentiu falta de casa, saudades da família e dos amigos.
"Tivemos dores no corpo, momentos de solidão, de nos sentirmos como 'peixes fora d'água', e sentimentos estranhos por serem novos para nós. Tivemos fases difíceis e dias exaustivos, principalmente porque estávamos só nós três, sem apoio da família", aponta Mayulli.
Um dos episódios mais marcantes aconteceu nas Filipinas. Em uma madrugada, Caetano caiu do berço em que dormia. Então, a família levou quatro horas para encontrar um hospital aberto, em uma cidade desconhecida e em outro idioma, até conseguir fazer exames de imagem e receber a confirmação de que o menino estava bem.
Mayulli Bernardes de Rio Preto (PS) durante mergulho em viagem
Mayulli Bernardes/Arquivo pessoal
Ainda assim, o balanço que fazem é de que até os perrengues fizeram parte do aprendizado. Para eles, a viagem ampliou limites e reforçou a capacidade de lidar com imprevistos.
"Aprendemos que tem formas diferentes de se viver a vida, de ser, se vestir, se portar, ganhar dinheiro, educar os filhos, e que cada um vive da forma que funciona para si. Nunca um modelo vai servir para todos. A viagem ampliou nossos limites, até onde podemos ir, nossa capacidade de lidar com adversidades. Nos fez valorizar ainda mais as pessoas", reflete a viajante.
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